sexta-feira, 29 de maio de 2009

Era uma vez...

Era uma vez é um filme brasileiro que saiu para a rua em 2008, no Brasil. Após uma clara inspiração retirada da obra Romeu e Julieta de William Shakespeare, Patrícia Martins e Domingos de Oliveira escreveram esta magnifica versão contemporânea, que Breno Silveira (também director do filme 2 filhos de Francisco) resolve e muito bem passar para o grande ecrã.
Rio de Janeiro é uma cidade partida em duas partes desiguais: a parte rica e a pobre. Dé (Thiago Martins) é um jovem humilde de uma familia pequena. A favela onde vivem é bastante problemática, Dé e o seu irmão Carlão (Rocco Pitanga) viram o irmão Beto (Fernando Brito) ser brutalmente assassinado por bandidos da favela. Os dois muito unidos irmãos tentam vingar-se com um revólver, mas a sua bondade não lhes permitiu dar aquele tiro. Como nem sempre a sorte está do nosso lado, Carlão vê-se injustamente envolvido num arrastão, e acaba por ser revistado. Os agentes verificaram a presença de uma pistola na mala de Carlão, o que o levou para a prisão como sendo um dos culpados daquele arrastão na praia de Ipanema.
Vendo-se só e sem o seu sempre companheiro Carlão, o protagonista Dé decide ir em buscar de um emprego honesto junto da praia. Dé não tinha qualquer vontande de se dedicar á vida suja do crime.
Como empregado de um quiosque junto da praia de Ipanema, Dé vai vendendo "cachorro-quente" para ganhar algum dinheiro para ajudar a sua mãe empregada doméstica. Nesta sua rotina de trabalho Dé acaba por ver uma rapariga, que logo lhe despertara muita atenção, e pela qual ele logo se apaixonára no primeiro olhar. Dé acaba por conheçer Nina (Vitória Frate). Nina é uma menina de familia rica, que vive num apartamento de luxo em frente à praia, do qual vê o quiosque onde trabalha o modesto Dé. A lorinha de olhos azuis acaba por se encantar pela fantástica pessoa que é o menino pobre da favela. A riquinha de Ipanema no desenrrolar das suas intensas converssas com Dé dá por si já envolvida numa fortissima relação com o vendedor de "cachorro-quente" do quiosque da praia que vê da sua janela. Apartir deste ponto o realizador dá-nos fantasticos pormenores do quão pouco precisa o amor para ser bonito, mas em contrapartida, mostra-nos também o quão dificil pode ser para duas pessoas de classes diferentes estarem apaixonadas num país como o Brasil.
Neste conjunto de coisas más e coisas magnificas que vão acontecendo na vida do vendedor de "cachorro-quente" e de sua princesinha de sapato de verniz, Carlão fugiu da prisão. Este teve uma vida díficil na prisão e acaba por aparecer como uma pessoa bastante revoltada com a vida. O irmão mais velho de Dé torna-se chefe da favela onde vive Dé e acaba por se meter em muitos sarilhos, e Carlão vê a possibilidade de se aproveitar sem maldade de Nina, para conseguir dinheiro para tirar o seu pescoço da corda, mas até onde estará Carlão disposto a ir?
Um grande filme, que veio sem duvida mostrar de forma clara e evidente o potencial presente no cinema brasileiro. Um filme capaz de mexer com os sentimentos de qualquer um. Uma verdadeira guloseima para as sensações. Dificilmente não entrará na sua lista de filmes preferidos.


Nota 8.5 ( 0 a 10)

He' s Just Not That Into You

Mulheres…Como descodificar o seu pensamento? E, pior do que isso, como lidar com elas? He’s just not that into you pode ser uma ajuda para homens desorientados. O filme do realizador Ken Kwapis debruça-se sobre a complexidade da mente de uma mulher e sobre a sua tremenda dificuldade em interpretar correctamente os sinais dos homens. Uma mulher não vê o que um homem lhe mostra, uma mulher vê o que quer ver…
O “problema” começa logo na infância. Somos levadas a pensar, praticamente desde que nascemos que, se um rapaz nos trata mal, é porque na realidade gosta de nós; se nos despreza e ignora, é porque na verdade nos adora e está apenas inseguro; se diz expressamente e terminantemente que não gosta de nós, então é porque decididamente e sem margem para dúvida, está interessadíssimo em nós.
Todas as mulheres já passaram, certamente, por aquelas situações alarmantes em que um rapaz não dá qualquer sinal de vida depois de um encontro no qual nós depositamos as nossas mais profundas esperanças, e o consolo das amigas passa sempre pelo mesmo: “Ele não te ligou?! Oh, relaxa, é porque perdeu o teu número, ou teve um acidente gravíssimo, ou talvez um ataque cardíaco, ou foi de férias para um sítio sem rede… de certeza que ele adorou o encontro.”
Com um elenco repleto de nomes sonantes como
Scarlett Johansson, Justin Long, Ben Affleck, Jennifer Aniston e Jennifer Connelly (o que poderá dar um pouco aspecto de reunião de caras bonitas de Hollywood), He’s just not that into you mistura momentos de comédia, romance e drama. Não será um excelente filme, nem uma obra de arte que retrata na perfeição a complexidade da mulher. Todavia, não deixa de ser um bom filme para descansar e os olhos passar um momento descontraído, sem cair na tentação do execessivo facilitismo intelectual dos filmes de “domingo à tarde”.

Nota: 7

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Slumdog Millionaire

Com um leque original de actores, Slumdog Millionaire, mostrou-se um símbolo da intemporalidade e universalidade em plena tela. O melhor filme do ano, salientou e vincou o potencial da “pátria de Bollywood” no cinema, mundialmente conhecida pela quantidade e não pela qualidade. Este filme é, sem dúvida a melhor prova de que a fusão do cinema indo-americano consegue abordar com astúcia mesmo os assuntos mais modernos. Uma homenagem do realizador Dany Boyle ao cinema indiano. Dev Patel, um jovem actor presente na série norte-americana “Skins”, interpreta Jamal Malik, um jovem pobre, que ao acertar 20 questões consecutivas no famoso concurso televisivo “Quem quer ser Milionário?” consegue chegar à derradeira final, onde está a uma resposta de se tornar rico. Os dirigentes do concurso, principalmente o apresentador (Anil Kapoor), estranham esta “suspeita” sabedoria vindo de um rapaz das “favelas” e contrata dois policias que o interrogam violentamente. Para provar a sua honestidade, Jamal começa por contar a história da sua vida, desde a mísera infância até ás razões que o levaram ao programa. Abordando muitos outros assuntos como a injustiça, relata principalmente uma história de amor, repleta de peripécias, envolvendo a sua eterna amada Latika (Freida Pinto). Todos os actores, mesmo aqueles que se estrearam no cinema desempenharam papeis incríveis e suscitaram o interesse do mundo para este lado do cinema, o lado de Bollywood, da Índia. Com uma narrativa rápida e instigante, Slumdog Millionaire conta uma história moderna, em ambientes primórdios e diários –os subúrbios indianos- de maneira sublime. Todo o filme é acompanhado por uma fantástica banda sonora original, com títulos que inclusive ganharam a nomeação ao Óscar. É sem dúvida alguma, o verdadeiro merecedor de todos os prémios que arrecadou.

Nota: 9

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Into The Wild

Into The Wild marca a carreira do actor oscarizado Sean Penn enquanto realizador e de Emile Hirsch (Imaginary Heroes, The Girl Next Door...) no papel de Cristopher Johnson McCandless.
Baseado em factos verídicos, o Lado Selvagem narra a história de Cristopher McCandless, um estudante universitário da classe média-alta que após terminar o curso de Direito, mais ansiado pelos pais do que por ele próprio, doa o seu dinheiro, despe-se de todos os bens materiais, deixa os pais e a irmã na sua existência pouco pacífica e inicia uma viagem com um Destino: Alasca e com um Objectivo: a descoberta da verdadeira existência no meio da Natureza.
Ao longo da sua cruzada esbarra com pessoas peculiares que vão marcar a sua forma de ser e influenciar a sua maneira de ver o mundo. Os últimos meses da sua vida são passados no Alasca no Autocarro Mágico, em total isolamento e privação de meios de subsistência básicos. Cada vez mais debilitado, Cristopher acabará por sucumbir vindo o seu corpo a ser encontrado dias depois por caçadores.
A sua filosofia permanece. Na vida o mais importante não é tanto sermos fortes, mas sim sentirmo-nos fortes e pormo-nos à prova nas condições mais primitivas apenas com a ajuda das nossas próprias mãos. Só a Natureza nos oferece essa subtil oportunidade.
Já na recta final da sua vida, Cristopher chega à conclusão mais importante de todo o filme: a felicidade só é real quando é partilhada. O ser humano é um ser incompleto, um ser aberto, que precisa do outro para existir realmente e de forma significativa. Só no contacto com o outro podemos juntar todas as peças que constroem a felicidade.
Merece ainda destaque a direcção musical, discreta mas sublime, a cargo de Eddie Vedder que completa a realização admirável de Sean Penn e o desempenho notável de Emile Hirsch.
Nota: 9

domingo, 17 de maio de 2009

Revolutionary Road

Revolutionary Road é um filme que marca o regresso da dupla Kate Winslet e Leonardo DiCaprio, dois actores fantásticos que se juntaram novamente após 11 anos de "Titanic"(1997). Numa festa April (Kate Winslet) uma estudante de teatro conheçe Frank Wheeler (DiCaprio), este que acaba por ir ver as suas peças de teatro. Neste desenrrolar vai nascer uma relação entre estes lindíssimos jovens. Este casal vai viver para uma casa em "Revolutionary Road" onde após terem dois filhos de um casamento monótono acabam por perceber que algo está mal, mas não sabem o quê, e então April tenta arranjar maneira de tentar salvar o seu casamento com Frank, e decide gastar todas as suas ecónomias em passagens para a Europa, Paris seria o destino dos Wheelers, para uma tentativa de reconstruir o casamento. Esta viagem acaba por não acontecer porque Frank um desligado do trabalho acaba por ter a ironica sorte ou azar do destino e é promovido no seu trabalho. Enquanto isto April espera um terceiro filho, indesejado. Assim sendo Frank Wheeler (Leonardo DiCaprio) decide ficar e tentar mudar a vida pelos lados de "Revolutionary Road" ao invés de ir para Paris como se fosse um adolescente. Vai ser difícil convecer April a ficar, pois ela estaria extremamente convecida que a ida para Paris seria única solução para o seu casamento. Toda esta decisão faz April ficar mais vulnerável às situações, e nasce então a vontade de abortar este filho indesejado pelo dois. Neste casamento falhado Sam Mendes (productor do filme) mostra-nos num filme composto por um exelente guarda roupa a realidade e o porquê das traições em casamentos como este. DeNão é um romance bonito com florzinhas por todo lado. É um filme forte e intenso, mas para quem espera um "Titanic" é melhor ficar em casa e não gastar dinheiro neste filme, iria desiludir-se.
Deve também ser referenciado nesta crítica o óscar conquistado em "Revolutionary Road - A vida não é um sonho" por Kate Winslet, esta que é sem qualquer sombra de dúvidas uma exelente actriz, que o prova mais uma vez, e muito bem em "Revolutionary Road".

Nota do filme: 6 (0 a 10)